No auge dos seus vinte e poucos anos, Clara é design, poeta e moradora do Novo Horizonte, perto de Sussuarana, no Cabula. A conhecemos quando anunciamos em nossas redes sociais, uma convocatória para profissional de design que quisesse prestar serviços de criação a um projeto novo que envolvia artes visuais na região do Beiru. Clara nos respondeu e já no meio virtual, sentimos sua verdade, seu potencial e sua vontade. Cidadã consciente da realidade negra periférica, mesmo com tão pouca idade, Clara tem ótimas ideias, ótimas opiniões, e ótimos planos pela frente. Menina linda, sensata, sonhadora, frequentadora do Sarau da Onça e das batalhas de poesias, faz sua parte pela comunidade onde vive na criação de projetos que melhoram a vida das pessoas que dividem o mesmo lugar que ela. Nasceu na Liberdade, em Salvador, mas é em Sussuarana que ela evolui como sociedade civil. É dela as artes dos cards e cartazes do Pinacoteca do Beiru Festival de Arte, foi ela nossa primeira convidada para a fotografia no estúdio e foi ela a primeira moradora a entrar neste espaço, comprometido em trazer cada vez mais pessoas para perto. Para Anderson, foi impossível traduzir a beleza de Clara, essa que se associa a sua presença no mundo. Uma Verdadeira “Monalisa do Gueto”, não com seu sorrisso, mas com seu olhar enigmático, Clara nos mostra a esperança e a sabedoria de um olhar no futuro que sabemos ser o certo. Por mais Claras no mundo.