Anderson sorri quando pensa em Gilson, que completou 50 anos no período em que se encerravam as oficinas de pintura. Para o artista, não é possível defini-lo sem o uso da palavra Amigo. Morador quase vizinho da Pinacoteca, Gilson é um baleiro famoso na cidade, extremamente conhecido ao longo de toda a orla de Salvador, prioritariamente em Itapuã. Ele é nosso maior parceiro, mediador e conselheiro. Fiel escudeiro de AC, auxiliar, assistente, companheiro, Gilson foi “a alma” do lugar durante todo o processo de construção da Pinacoteca. Desde o dia em que Anderson conseguiu desocupar o espaço e tirar os entulhos e carcaças de equipamentos eletrônicos ali depositados ao longo de anos, foi Gilson que limpou e organizou o que viria a ser seu ateliê de pintura. Foi Gilson que sempre esteve perto, ajudando, organizando, limpando quando a chuva teimava em entrar. Foi Gilson que sempre levou água para Anderson se refrescar entre as horas ininterruptas de trabalho, quando ainda não tinha água encanada na estrutura do prédio. Foram anos de luta com o apoio de Gilson, que preparou cada novo cimento que hoje sustenta o que é hoje a Pinacoteca do Beiru. E assim segue, presente em todos os momentos, virou assistente remunerado em muitas ações desenvolvidas, foi nosso mediador e produtor durante a realização das primeiras atividades do Pinacoteca do Beiru Festival de Arte. Inspirou essa obra, participou das oficinas de pintura, e hoje realiza suas obras que já possuem, inclusive, característica e repertório visual próprios. Ele faz parte oficialmente da equipe da Pinacoteca. Seu interesse pela arte, pelos livros de Anderson, pelo que está sendo desenvolvido ali, nos dá muito gás para continuar. Gilson é uma das pessoas mais tocadas na região, o que mais a arte tem ocupado espaço especial na vida. É o nosso maior exemplo do que é possível fazer através da Pinacoteca do Beiru: incentivo, estudo, prática artística, trabalho e sensibilidade para entender as questões desse mundo.