Conhecemos seu Alcides no restaurante ao lado da Pinacoteca, com seu porte elegante e carismático. Puxando conversa, descobrimos que, assim como Anderson, ele é também trabalhador das artes, além de morador da região desde criança. Nos contou muitas histórias de como a região se transformou, ultrapassando períodos de extremo descaso social em uma época em que se temia o nome do bairro. Artista sexagenário, Seu Alcides Decoração, nome artístico, trabalhou toda a vida em fachadas de estabelecimentos comerciais, realizando letreiros e pintando imagens de pontos turísticos da nossa cidade. Não foi possível não trazer a figura dele e sua história para esta exposição, após certa insistência nossa para que ele topasse o convite. Durante a fotografia, conhecemos ainda mais a história de Seu Alcides, soubemos que seu pai também fora artista visual, que ele foi criado em um contexto artístico e que assim como seu pai também criou todos os seus filhos com o trabalho da sua arte. Um deles, inclusive, segue os seus passos na arte, uma prova de como referência importa, e muito. Seu Alcides pode vir a ser um dos nossos conselheiros para criação de novas atividades e ações na pinacoteca. Se alegrou com a iniciativa da Pinacoteca, disse sua existência ser de muita importância, e criou laços para pensarmos, quem sabe, uma futura apresentação do seu trabalho no lugar. Porque ideias e possibilidades nesse processo de descentralização das artes para a periferia, algo essencial e urgente, não nos falta.